sábado, 12 de maio de 2012

Minha Vida é uma Fábula. 2





Minha Vida é uma Fábula. 2

Ilustração 

Miguel Matos

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O Burro e as Relíquias


Um burro, de relíquias carregado,
Supunha-se adorado.
Hinos, incensos como seus tomava
E soberbo marchava.

Alguém, que dera fé dessa tolice,
"Mestre burro (lhe disse),
Do espírito bani, por piedade,
Tão estulta vaidade.

Ao santo e não à vossa personagem
Dirige-se a homenagem;
Só às relíquias se dispensa a glória
Essa jaculatória."

De juíz, que não sabe ou não estuda
A toga se saúda.

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O Burro e os Donos


O Burro de um Hortelão
Á sorte se lamentava,
Dizendo que madrugava,
Fosse qual fosse a estação,
Primeiro que os resplendores
Do sol trouxessem o dia.
" Os galos madrugadores,
O néscio Burro reclamava,
Mais cedo abro olho e para que? 
Para ir a praça com uma carga de repolho, 
Um molho de Aipo, ou um ramo de nabos, 
uma quantidade de berinjelas e outras verduras.
Por estas bagatelas;
Me fazem perder o sono".
A Sorte ouviu o seu clamor,
E deu-lhe, em breve, outro dono,
Que era um Rico surrador.
Eis de couros carregado todos os dias, 
sofrendo de um cruel mau cheiro, fedor.
Já carpia ter deixado.
O seu antigo Senhor:
" Naquele tempo Dourado
- Dizia, - Andava eu contente;
Cada vez que  ia ao mercado,
Botava á cangalha o dente,
Lá vinha a couve, a nabiça,
A chicarola, o folhado;
Mas, se hoje, fraco do peito,
O meu dente á carga deito,
Em vez da viçosa rama
Da celga, da couve, das cenouras ou nabo,
Só encontro um duro couro.
Que fede mais que o diabo!" 
Prestando ás queixas do Burro
A Sorte alguma atenção,
Lhe deu  por novo Patrão
Um carvoeiro casmurro bem rabugento.
Entrou em nova aflição
O desgostoso jumento
Vendo faltar-lhe o sustento,
E em negro pó de carvão
Andando sempre afogado, 
Tornou a carpir seu fado, e no choro.
" Que tal ! - diz a Sorte em fúria,
Este maldito jumento com eterna lamúria,
Mais me cansa, mais me aflige
Que um avaro aventureiro,
Quando fortunas me exige!
Pensa acaso este imprudente
Que só ele é desgraçado?
Por esse mundo espalhado
Não vê tanto descontente?
Já me cansa este Burro marmanjo!
Quer que eu me ocupe somente dele.
Em cuidar da sua vida do seu arranjo?"
Que é propensão do vidente
Lamentar-se  do presente,
e chorar pelo passado:
Que ninguém vive contente,
Seja qual for seu estado.

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Ovos de Diamantes


Um homem  teve a sorte de possuir uma gansa 
que todo dia punha um ovo de Diamantes.
Mesmo com toda essa sorte, 
ele achava que estava enriquecendo muito devagar, 
que assim ia demorar muito a ficar rico.
Imaginando que a gansa devia ser de Diamantes por dentro,
resolveu matá-la e pegar aquela fortuna toda de uma vez. 
Quando abriu a barriga da gansa,
viu que por dentro ela era igualzinha a todas as outras. 
E não ficou rico de uma  só vez, como tinha imaginado,
e já não recebeu o ovo de Diamantes 
que todos os dias aumentava de pouquinho em pouquinho a sua fortuna.

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A raposa e as uvas



Cheia de fome e magra, uma raposa passando perto de um vinhedo viu muitas uvas. A estação tinha sido excelente e todas estavam lindas e saborosas. Ao ver a parreira carregada de cachos enormes lindos, a raposa lambeu os beiços. Sua alegria durou pouco, por mais que tentasse, não conseguia alcançar as uvas tão altas. Por fim, não conseguiu pegar nem uma e  resolveu ir embora, dizendo:



- Por mim, quem quiser essas uvas pode levar. Estão verdes, estão azedas,  não me prestam ao sabor. Se alguém me desse essas uvas Horrorosas eu não comeria.


Moral: Falar mal do que não se consegue conquistar e possuir é fácil.

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A vida é uma Grande Escola para quem sabe ser bom Aluno.

Obrigado por sua visita a este Blog.

Miguel Matos

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