terça-feira, 26 de junho de 2012

Minha vida é uma Fábula 15




Minha vida é uma Fábula 15

Trabalhos criativos e executados por 

Miguel Matos

















































As Imagens falam por si.

Miguel Matos

Obrigado por sua visita a este Blog.




sexta-feira, 22 de junho de 2012

O Espetáculo Cidade dos Lázaros


Miguel Matos

Apresenta seu trabalho de 

Pesquisa e Execução para 

Figurinos 
Adereços
Caracterização
Cenografia
Edição de Imagem
para a Peça de Teatro

Cidade do Lázaros













FICHA TÉCNICA:






Direção: Thiago Valente


Elenco: Genilson vieira, José Júnior, Luci Ponte, Aline Silva, Thais Sena





Texto: Luci Ponte

Música: letras - Genilson Vieira/ Luci Ponte; arranjos- Douglass Medeiros/ Mharcel Maia

Figurino/ adereços e caracterização: Miguel Matos

Cenografia: Miguel Matos

Iluminação: Diego Diener

Produção de áudio : Sandro Ceccopieri

Comunicação: Luci Ponte

Coreografia de Maculelê: Diego Diener

Operação de luz:Felipe Medeiros

Fotos: Vitor Novaes e ,Mika Makino

Assessoria de imprensa: Adriana Sanglard 

Realização: Caratapa C Produções Artísticas

05 de junho a 06 de julho de 2012
Teatro II do Solar de Botafogo (Rua General Polidoro, 180 – Botafogo - Rio) Quartas e quintas às 20h30





Edição de imagem por Miguel Matos



“Aquilo que chamam morrer não é senão
acabar de viver, e o que chamam nascer é
começar a morrer. E aquilo que chamam viver
é morrer vivendo. Não esperamos pela morte:
vivemos com ela perpetuamente”.

Jean Baudrillard




Augusto dos Anjos
Ilustração e edição criativa de Imagem para o texto de Luci Ponte para o Programa da Peça de Teatro,
por Miguel Matos






Augusto dos Anjos nasceu no Engenho Pau d'Arco, Paraíba, no dia 20 de abril de 1884.
Em 1911, morre prematuramente.
 Seu único livro, "Eu", foi publicado em 1912. Surgido em momento de transição, pouco antes da virada modernista de 1922, é bem representativo do espírito sincrético que prevalecia na época, parnasianismo por alguns aspectos e simbolista por outros. Praticamente ignorado a princípio, quer pelo público, quer pela crítica, esse livro que canta a degenerescência da carne e os limites do humano.
Cético em relação às possibilidades do amor ("Não sou capaz de amar mulher alguma, / Nem há mulher talvez capaz de amar-me"), Augusto dos Anjos fez da obsessão com o próprio "eu" o centro do seu pensamento. Não raro, o amor se converte em ódio, as coisas despertam nojo e tudo é egoísmo e angústia em seu livro patético, ("Tome, doutor, essa tesoura e corte / Minha singularíssima pessoa"). Ao asco de volúpia e à inapetência para o prazer contrapõe-se porém um veemente desejo de conhecer outros mundos, outras pragas, onde a força dos instintos não cerceie os vôos da alma ("Quero, arrancado das prisões carnais, / Viver na luz dos astros imortais").
A métrica rígida, a cadência musical, as aliterações e rimas preciosas dos versos fundiram-se ao esdrúxulo vocabulário extraído da área científica para fazer do "Eu" — desde 1919 constantemente reeditado como "Eu e outras poesias" — um livro que sobrevive, antes de tudo, pelo rigor da forma. Com o tempo, Augusto dos Anjos tornou-se um dos poetas mais lidos do país, sobrevivendo às mutações da cultura e a seus diversos modismos como um fenômeno incomum de aceitação popular. Vitimado pela pneumonia aos trinta anos de idade, morreu em Leopoldina em 12 de novembro de 1914.


  Egon Schiele



Cidade dos Lázaros, um lugar
agreste e seco; e suas cenas acontecem em três ambientes: O
espaço junto a um pé de tamarindo, a casa de Ângelo e o
prostíbulo da cidade.



 Egon Schiele





Ilustração e edição criativa de Imagem para a Peça de Teatro,
por Miguel Matos


Ilustração e edição criativa de Imagem para a Peça de Teatro,
por Miguel Matos




PERSONAGENS: da direita para a esquerda.


 Luci Ponte: Mulher – Mulher cuja raça tem poderes de se comunicar com
a morte e cuja única obrigação social é satisfazer
sexualmente os homens da Cidade de Lázaros.

Aline Silva: Morte – Carbúnculo: ser andrógeno sem forma definida.




José Júnior: Ângelo – Poeta de 29 anos

Genilson vieira: Elias – Pai de Ângelo

Thais Sena: Amanda – Mulher de Ângelo




Ilustração e edição criativa de Imagem para a Peça de Teatro,
por Miguel Matos






ÂNGELO: Surpreendo-me, sozinho, numa cova. Então meu desvario se
renova, como que abrindo todos os jazigos, a Morte, em trajes
pretos e amarelos, levanta contra mim grandes cutelos e as
baionetas dos dragões antigos.


Ilustração e edição criativa de Imagem para a Peça de Teatro,
por Miguel Matos




Amanda sai e Ângelo se volta para a morte.
Senhora dos nossos esqueletos, ponto final da última cena, forma
difusa da matéria embele, minha filosofia te repele, meu
raciocínio enorme te condena, mas minha alma clama por ti.
Faltam sete dias para nosso encontro. (Morte surge, mas Ângelo
não consegue vê-la). Onde estás? Tu que tombaste no caos extremo
da noite imensa do meu passado, sabes da angústia do torturado.
Ah! Tu bem sabes por que é que eu gemo!


Ilustração e edição criativa de Imagem para o texto de Luci Ponte para o Programa da Peça de Teatro,
por Miguel Matos







Acordavam os bairros da luxúria. As prostitutas, doentes de
hematúria, se extenuavam nas camas. Era como se, na alma da
cidade, profundamente lúbrica e revolta, mostrando as carnes,uma besta solta soltasse o berro da animalidade. Ninguém crê em
nada, pois, nada há que traga consolo à mágoa. Quer resistir, e
quanto mais resiste mais se lhe aumenta e se lhe afunda a chaga.
Aqui há muito pranto na existência, dores que ferem corações de
pedra, e onde a vida borbulha e o sangue medra, aí existe a
mágoa em sua essência; Todos se arrastam e vão aos poucos
soluçando mágoas, e vão aos poucos soluçando queixas! E o Lázaro
caminha em seu destino para um fim que ele mesmo desconhece!



Ilustração e edição criativa de Imagem para o texto de Luci Ponte para o Programa da Peça de Teatro,
por Miguel Matos





Ângelo está diante do pé de tamarindo observando morbidamente o
movimento de suas folhas secas, diz em voz alta trechos de um
poema ainda em construção, enquanto Amanda entra e o observa.



Árvore Tamarindo, desenho para estudo de cenografia da peça por Miguel Matos



Árvore ( tronco) de Tamarindo, escultura foto de detalhe para estudo de cenografia da peça,
 por Miguel Matos



Árvore ( tronco) de Tamarindo, escultura foto de detalhe para estudo de cenografia da peça,
 por Miguel Matos





Árvore ( tronco) de Tamarindo, escultura foto de detalhe para estudo de cenografia da peça,
 por Miguel Matos





Árvore ( tronco) de Tamarindo, escultura foto de detalhe para estudo de cenografia da peça,
 por Miguel Matos




 Egon Schiele



MULHER: Então não há nada para ti aqui. Certamente a sombra do
tamarindo te será mais acolhedora nesse momento.



 Cena da peça com figurinos e cenografia,  tronco da árvore de Tamarino por Miguel Matos


Ilustração e edição criativa de Imagem para o texto de Luci Ponte para o Programa da Peça de Teatro,
por Miguel Matos






MORTE: Há muito que sabes quem sou, e agora me olhas como se a
mim não conhecesses. Sou teu destino certo.


Um dos adereços, Adaga para a Mulher usada no Ritual. 
Por Miguel Matos

Um dos adereços, Adaga para a Mulher usada no Ritual. 
Por Miguel Matos



Ilustração e edição criativa de Imagem para o texto de Luci Ponte para o Programa da Peça de Teatro,
por Miguel Matos 


Edição de imagem por Miguel Matos


Auguste Rodin 

 Egon Schiele

 Egon Schiele

Auguste Rodin

 Egon Schiele

 Egon Schiele

Egon Schiele

 Egon Schiele

 Cena da peça com figurinos e cenografia,  tronco da árvore de Tamarino por Miguel Matos


 Egon Schiele


Edição de imagem por Miguel Matos



Ilustração e edição criativa de Imagem para o texto de Luci Ponte para o Programa da Peça de Teatro,
por Miguel Matos





Ângelo e Mulher estão no prostíbulo.



Ilustração e edição criativa de Imagem para o texto de Luci Ponte para o Programa da Peça de Teatro,
por Miguel Matos






ÂNGELO: A infelicidade parece às vezes com a felicidade e os
infelizes mostram ser felizes! Creio que meu pai tem razão. Sou
apenas um fraco.

MULHER: Não devias dar ouvido a tudo que diz teu pai.


Ilustração e edição criativa de Imagem para o texto de Luci Ponte para o Programa da Peça de Teatro,
por Miguel Matos







ÂNGELO: Mas é verdade o que ele diz. Quando penso na morte, não
tenho medo, mas vencê-la também não quero. Quero estar com ela,
entregar-me a ela.



 Egon Schiele

Ilustração e edição criativa de Imagem para o texto de Luci Ponte para o Programa da Peça de Teatro,
por Miguel Matos







MULHER: Ângelo, Há manchas invisíveis na alma humana que só a
morte pode enxergar. Não há nada de belo na morte, nem mesmo
nesse duelo estúpido



Ilustração e edição criativa de Imagem para o texto de Luci Ponte para o Programa da Peça de Teatro,
por Miguel Matos







MULHER: Maldita seja esta terra que ceifa seus frutos ainda
verdes. Como pode um jovem se encantar assim por uma completa
desconhecida?
ÂNGELO: Ela não é desconhecida. É minha companheira desde o
berço. Além do mais, estou sozinho! Não suporto mais. Por que
haveria de querer ficar entre os viventes?

MULHER: Por amor, talvez.


Ilustração e edição criativa de Imagem para o texto de Luci Ponte para o Programa da Peça de Teatro,
por Miguel Matos






ÂNGELO: Falas de amor, e eu ouço tudo e calo! O amor da
humanidade é uma mentira. É. E é por isso que na minha lira de
amores fúteis poucas vezes falo.


Ilustração e edição criativa de Imagem para o texto de Luci Ponte para o Programa da Peça de Teatro,
por Miguel Matos






MULHER: Mas haverá o dia de provares de seu sabor.

O amor não é isso apenas, Ângelo, e há tanto amor para
ser amado.


 Egon Schiele

Ilustração e edição criativa de Imagem para o texto de Luci Ponte para o Programa da Peça de Teatro,
por Miguel Matos







Mulher está sozinha no meio da mata seca. É noite, ela começa um
ritual.
MULHER: Senhora, deusa que leva. Fuça magra, escrava do que não
se vê. Eu te chamo como quem te evita. Eu te clamo como quem a
vida é um talho de fita em suas mãos. Atenda o meu apelo com a sede que em ti há. Vigore meu desespero com a pressa de quem a
morte já não pode esperar. Rezo a ladainha secreta que de
geração em geração teu negro sangue nos deixou. Rezo hoje pelo
mesmo motivo que um dia uma outra de nós te rezou. Rezo por que
só o homem te vê e só aos homens tu queres. Rezo porque todos os
homens vieram de uma mulher.


Ilustração de Imagem para figurino da  Peça de Teatro,
por Miguel Matos






MORTE: Desgraçada da tua raça que sempre me invocas em vão em tuas
angústias. É bom que se lembres de que essa invocação tem um preço. É
por ele que tu me chamas?
MULHER: Sabes que sim. Minha raça desgraçada desde as primeiras
pegadas vem comendo ferro e fogo, a ti não devemos nada.Clamar! Clamar por tua misericórdia para que liberte Ângelo do
teu enlace, que o deixe viver.

Egon Schiele





MORTE: Mas ele parece não querer ficar aqui.
MULHER: Ele quer. Eu o conheço, ele só está perturbado. Poso ver em
seus olhos perdidos, sei o que sente, sinto o que ele sente. Tudo que
quero é livrá-lo desse duelo maldito. Ele deve ter o mesmo destino do
pai: vencer-te. Ângelo tem o coração bom.


Ilustração e edição criativa de Imagem para o texto de Luci Ponte para o Programa da Peça de Teatro,
por Miguel Matos





Toulouse-Lautrec



  Egon Schiele



 Cena da peça com figurinos e cenografia,  tronco da árvore de Tamarino por Miguel Matos


Edição de imagem por Miguel Matos




Escultura de 
Auguste Rodin


Desenho de 
Auguste Rodin

Edição de imagem por Miguel Matos


MULHER: Eu sei. Há tanto tempo vens e nunca me tocaste. Julgaste
superior e eu pergunto, por quê? Tu que renegas tua terra,
tua gente. Porque és melhor? Porque és poeta? Quem te reconhece
como tal? Julgas-te especial porque sofres e escreves, mas
ignora o sofrimento de toda a gente dessa terra como medo de
perceber que é igual a qualquer um deles. Pois te digo que tua
voz é igual à voz das dores todas do mundo. Então, me diz, por
que não me tocas? O que há? Não gostas? O que queres? Por que
vens?....






MULHER: Que bom que voltaste! Como foi lá? (Ângelo não consegue
falar, só chora. Ela o acolhe e enxuga suas lágrimas) Vejo que
foi bem sucedida a tua jornada, pois o homem que nunca chora
desconhece suas fraquezas, mas aquele que deixa as lágrimas
caírem conhece seus limites e se fortalece.



MULHER: Agora que já enfrentaste a tristeza, precisas
reencontrar a alegria.



MULHER: Mas os sentimentos estão e são eles que movem os homens
fortes de coração. Segue, meu querido.



MULHER: Não basta! Enfrentaste a tristeza, reencontraste a
alergia, mas teu terceiro passo é o teu maior desafio. É um
confronto que te prepara para o confronto com a morte.




O Espelho da Mulher que ocupa o Espaço do Prostíbulo. Tríptico com Espelho em Bronze central, Pintura em Acrílico com interferência de colagem em Diversos Materiais sobre Madeira. 

Na verdade um Mundo de Memórias e Sonhos desta mulher que vive e trabalha por vocação ...como ela mesma diz na Peça 

MULHER:
"Maldita seja esta terra que ceifa seus frutos ainda
verdes".
"O amor não é isso apenas, Ângelo, e há tanto amor para

ser amado".

Os dois trípticos que fiz para a cenografia são na verdade a condensação da personalidades de duas mulheres, a Mulher Prostituta e a Amanda mulher de Ângelo seus olhares de compreensão de si mesmas e os lugares que ocupam e para onde caminham ....













Fotos dos trabalhos por Miguel Matos


Ilustração e edição criativa de Imagem para o texto de Luci Ponte para o Programa da Peça de Teatro,
por Miguel Matos





Pintura de Egon Schiele




MORTE: (interrompe) Tu  Ângelo não és como os outros. Nessa terra, não
sou desejo de ninguém, só teu e, por isso, eu vim. Nunca encontrei tanta devoção. Tu me chamas até em teus sonhos. Como
és belo em teu sofrimento. Tu és especial.



 Desenho de Egon Schiele



 Desenho de Egon Schiele



MORTE: O que queres?
ÂNGELO: Eis-me a teus pés. Eu venho arrependido, implorar-te o
perdão do imenso crime meu! Eis-me, pois, a teus pés, perdoa o
teu vencido, Açucena de Deus, lírio morto do Céu! Perdão, pátria
da Aurora exilada do Sonho! Irei agora, assim, pelo mundo, para
onde me levares. Já não há o que fazer aqui. Urge que me leves
logo contigo. Não me abandones mais uma vez.
MORTE: Abandonar-te, meu querido? Eu é que era uma preta,
funeral mesquita, abandonada aos lobos e aos leopardos numa
floresta lúgubre e esquisita. Mas tu mudaste tudo. Tu és o meu
Vesúvio, nunca te deixarei.
ÂNGELO: Pois que seja agora. Já estou pronto para ir. Desta
terra não levarei nem o pó que cobre que minha falsa face.



 Egon Schiele



 Vincent Van Gogh




No tanto que encontrei,
Das feridas poucas vezes eu falei,
Nas metidas do silêncio de amar,
Na cama a agonia da dor.
É voar num céu cravejado de espinhos,
Se ocupar de um moinho
Onde a oferenda é sonhar.
Clara solidão
No viver, do viver e no chão.


Desenho de Auguste Rodin



AMANDA: Teu filho não está. Vá causar chagas em outro lugar.
Nada aqui é teu.
ELIAS: O que é que tem? Nada aqui é dele também. Admite, admite
que vontade que corre aqui, já bate aí também.
AMANDA: Não mereces o filho que tens. Ele te idolatra.


Ilustração de Imagem para figurino da  Peça de Teatro,
por Miguel Matos





Elias se aproxima de Amanda.
ELIAS: Admite, meu fraco filho nunca te tocou, não foi? Nunca te
fez um carinho.



Ilustração e edição criativa de Imagem para o texto de Luci Ponte para o Programa da Peça de Teatro,
por Miguel Matos



Desenho de Auguste Rodin


Desenho de Auguste Rodin



AMANDA: (Amanda se desvencilha de Elias) Homem metade cão, teu
engano está traçado e tuas patas hão de ficar numa cova rasa
para os bichos comerem tua vergonha.


Ilustração de Imagem para figurino da  Peça de Teatro,
por Miguel Matos






Escuta, troco a
noite da vida de teu filho pelo dia em que teus olhos vão te ver
comigo.



Amanda entra em casa, acende uma vela e começa a rogar ao seu
pranto.
Por que há de haver aqui tantos enterros? A
morte é ingrata! Ah! O malvado carbúnculo que mata a sociedade
infante dos bezerros!






Foto da peça que faz parte da cenografia.
Oratório Tríptico para a casa da Amanda e do Ângelo.
Pintura acrílica e lápis de carvão, colagem sobre madeira, e escultura em arame com intervenção de cristal.
Por Miguel Matos



Foto detalhe da peça que faz parte da cenografia.
Oratório Tríptico para a casa da Amanda e do Ângelo.
Pintura acrílica e lápis de carvão, colagem sobre madeira, e escultura em arame com intervenção de cristal.
Por Miguel Matos



Foto detalhe da peça que faz parte da cenografia.
Oratório Tríptico para a casa da Amanda e do Ângelo.
Pintura acrílica e lápis de carvão, colagem sobre madeira, e escultura em arame com intervenção de cristal.
Por Miguel Matos




AMANDA: O único bicho que temo é o da vergonha, mas eu o mato e
me entrego a ti para que me entregues a vida de Ângelo. Não temo
por que a carne é que é humana! A alma é divina.(A luz vai
caindo e som segue um crescente)



“... É ter luz e não ter cor
É ter medo e não te ver
Sob a pele de um lázaro
O desejo de morrer...”






Foto detalhe da peça que faz parte da cenografia.
Oratório Tríptico para a casa da Amanda e do Ângelo.
Pintura acrílica e lápis de carvão, colagem sobre madeira, e escultura em arame com intervenção de cristal.
Por Miguel Matos





Foto detalhe da peça que faz parte da cenografia.
Oratório Tríptico para a casa da Amanda e do Ângelo.
Pintura acrílica e lápis de carvão, colagem sobre madeira, e escultura em arame com intervenção de cristal.
Por Miguel Matos





ELIAS: Volta aqui! Covarde! Poeta da morte! Missionário dos
mortos! Representante maior dos vencidos! (Em devaneio)
Alexandre, Alexandre, meu filho, eu te amo. Alexandre!




Foto detalhe da peça que faz parte da cenografia.
Oratório Tríptico para a casa da Amanda e do Ângelo.
Pintura acrílica e lápis de carvão, colagem sobre madeira, e escultura em arame com intervenção de cristal.
Por Miguel Matos





Tu já havias enfiado teu dedo em minhas chagas, mas aí
ele veio e juntou uma chaga noutra, me virando numa ferida só.
Em cada uma de suas palavras, um fio de navalha nova.









ÂNGELO: Vês! Ninguém assistiu ao formidável enterro de tua
última quimera. Somente a Ingratidão, esta pantera, foi tua
companheira inseparável! Acostuma-te à lama que te espera! O
Homem, que, nesta terra miserável, mora, entre feras, sente
inevitável necessidade de também ser fera. Toma um fósforo.
Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro, a
mão que afaga é a mesma que apedreja. Se a alguém causa inda

pena a tua chaga, apedreja essa mão vil que te afaga, escarra
nessa boca que te beija!











ÂNGELO: Quando pararem todos os relógios de minha vida e a voz
dos necrológios gritar nos noticiários que eu morri. Voltando à
pátria da homogeneidade, abraçada com a própria eternidade a
minha sombra há de ficar aqui. Agora sim! Vamos morrer,
reunidos, Tamarindo de minha desventura, tu, com o
envelhecimento da nervura, eu, com o envelhecimento dos tecidos!
Não morrerão, porém, tuas sementes! E assim, para o Futuro, em
diferentes florestas, vales, selvas, glebas, trilhos, na
multiplicidade dos teus ramos, pelo muito que em vida nos
amamos, depois da morte, inda teremos filhos!





Oratório Tríptico para a casa da Amanda e do Ângelo.
Quando comecei a pesquisa para esta peça logo me veio a cabeça que não tinha que ser um Oratório direcionado a um santo ou deus, seria um Oratório como um espelho de um olhar de compreensão para dentro da Poesia de Augusto dos Anjos e o lugar que esta mesma poesia busca e ocupa dentro de nossos corações.
Por Miguel Matos



Edição de imagem por Miguel Matos



Espetáculo Cidade dos Lázaros
Filme Promocional 






Não tive preocupação de colocar a pesquisa as fotos e os trabalhos numa ordem cronológica e sim em ordem Criativa para que os visitantes deste Blog  ao verem os textos e fotos "Imagens" possam  mergulhar nesse Universo que me encantou que foi da Poesia de Augusto dos Anjos o Texto de Luci Ponte e  o conjunto Maravilhoso reunido pelo nosso Diretor Thiago Valente, a Música "Live" que acompanha o Espetáculo é Maravilhosa e fico a espera ansioso o CD sair. é muito bom poder trabalhar com tão Fantásticos Profissionais. Obrigado a todos
Miguel Matos

 De 05 de junho a 06 de julho de 2012

Teatro II do Solar de Botafogo (Rua General Polidoro, 180 – Botafogo - Rio de Janeiro- Brasil) Quartas e quintas às 20h30



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